domingo, 18 de agosto de 2013

Cientistas descobrem neurônios que atuam como GPS


Cientistas descobrem neurônios que atuam como GPS

As chamadas células de grade são capazes de nos situar em relação à nossa posição em alguns ambientes.
  • Cientistas descobrem neurônios que atuam como GPS em nosso cérebro
Fonte da imagem: Reprodução/DigitalTrends
Nosso cérebro, você já sabe, é cheio de mistérios e, por isso, é alvo de frequentes estudos que buscam compreender melhor o universo do comportamento humano. Nos anos 1970 alguns cientistas descobriram que algumas células neurais, presentes no hipocampo do cérebro de alguns ratos, eram ativadas quando os bichinhos estavam em determinado local. Por isso, essas células receberam o nome de “células de lugar”. Anos depois, descobriu-se que os seres humanos também tinham essas células.
Após a descoberta dessas “células de lugar”, cientistas encontraram, em 2005, o que foi chamado de “células de grade”, que têm a função de fornecer dados às células de lugar. Esses neurônios estavam presentes em ratos, morcegos e macacos. Tudo indicava que as tais células de grade existiam em humanos, mas isso não tinha sido comprovado ainda. Até agora.

Testes

Fonte da imagem: Reprodução/ScienceDaily
Pesquisadores mapearam o cérebro de alguns voluntários durante alguns testes e perceberam que neurônios bem específicos eram ativados nos cérebros dos voluntários enquanto eles exploravam um ambiente virtual. Esse tipo de célula, além de ter funções relacionadas à memória, funciona também como uma espécie de GPS interno.
De acordo com o pesquisador Joshua Jacobs, da Universidade de Drexel, na Filadélfia, essas células são capazes de “contar” à pessoa onde ela está em relação a um ambiente geral, sendo que em animais, elas proporcionam ainda uma noção de medida de percurso.
Em humanos, outros tratamentos foram feitos por meio da aplicação de eletrodos no cérebro de doentes em tratamento para epilepsia – esses eletrodos ajudam o médico a localizar a origem das convulsões nos pacientes.

Localização

Fonte da imagem: Reprodução/YouTube
Durante o monitoramento cerebral, os pacientes participavam de jogos de realidade virtual, com ambientes que simulavam locais abertos, ao ar livre. Eles deveriam, então, encontrar vários lugares e objetos. Depois de algum tempo, os objetos desapareciam e os pacientes deveriam recomeçar as buscas, com a ajuda de com um joystick.
O monitoramento permitiu que os cientistas encontrassem atividades de células de grade em uma região cerebral chamada de córtex entorrinal – a mesma região prejudicada em pacientes que sofrem do Mal de Alzheimer. Verificou-se, inclusive, um padrão visível de coordenadas que acompanham os movimentos da pessoa. Tais mecanismos são semelhantes também em ratos e outros animais.
De acordo com Jacobs, essas descobertas podem ajudar o tratamento de doenças relacionadas à orientação espacial e à memória, sendo que, em alguns casos, esses dois fatores podem aparecer juntos, como no Alzheimer, cujos portadores têm perda de memória e de noção de espaço.

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